8 de fevereiro de 2015

“NÃO VOU PRATICAR YOGA PORQUE PRIMEIRO PRECISO EMAGRECER”




HUMBERTO MENEGHIN


Esta foi a desculpa que uma vizinha deu a uma amiga e também vizinha ao declinar o convite para participar de uma aula de Yoga. Não se trata de uma desculpa esfarrapada, sem pé nem cabeça; mas, sentindo-se fora do padrão “tudo de Om”, essa vizinha cujo corpo tem alguns quilos a mais, intimidou-se em participar de uma aula de Yoga, porque primeiro precisa emagrecer. E será mesmo que se emagrecer voltará atrás e aí sim começará a praticar?



É natural que a mídia, os meios de comunicação em si prefiram mostrar e associar aos produtos que vendem as pessoas que estejam em boa forma, que sejam magras, altas, fortes, bonitas, elegantes e saradas, e, no Yoga, muitas leigas e leigos acham que um requisito indispensável para praticar é o de ser magro ou magra; pois, de outro modo jamais conseguirão realizar as posturas, acompanhar a turma e ainda sentir-se-ão envergonhados com a agravante de se comparar a muitas modelos super famosas e diversas celebridades lindíssimas que andam praticando Yoga.



Muitíssima equivocada essa “desculpa” que a vizinha deu a amiga, de que primeiro precisa emagrecer para começar a praticar Yoga; pois isso, na verdade, nada mais é do que uma fuga acompanhada pelo receio de abandonar a sua zona de conforto: a de não se dedicar a uma atividade física seja por meio da prática de ásanas ou fazer exercícios numa academia.



Nem todos que praticam Yoga dentro ou fora do tapetinho são pessoas supra sumos, ou seja, extremamente esbeltas, ágeis e flexíveis. Como dizem: “Yoga é para todos” e essa premissa parece ser mais do que adequada.



É comum que o/a praticante que pela primeira vez tem contato com a prática pode notar uma ou outra pessoa dentro da sala que realmente seja magérrima e que faça todas as posturas como grande desenvoltura e facilidade.



No entanto, muitos formatos de corpos diferentes estão presentes num grupo que pratica Yoga junto. Idosos, magros demais e nada flexíveis, esbeltas flexíveis, os que estão fora de forma com alguns quilos a mais e aqueles ou aquelas que tem a dificuldade de se abaixarem para amarrarem os sapatos; todos com suas limitações, tanto anatômicas, fisiológicas e emocionais que requerem certos cuidados e adaptações por parte do professor (a) qualificado (a) para que a prática seja um momento único e sobretudo saudável em todos os sentidos, dentro dos limites, sem exageros.



E, se alguém no decorrer da jornada notar que emagreceu, isso foi apenas mera consequência. Uma mudança inevitável que na verdade foi fruto da prática comprometida tanto de ásanas, respiratórios e meditação que ajudaram o/a praticante se manter mais consciente diante da tendência de se exceder onde não é viável.



Harih Om!

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