CAMATKARASANA: A POSTURA SELVAGEM

HUMBERTO MENEGHIN

Favorita das yoginis descoladas que querem se sentir poderosas e marcarem presença aos olhos alheios ou numa foto do Instagram, a camatkarasana, a postura selvagem, wild thing, não deixa de ter seus benefícios para quem se aventura incluí-la na prática pessoal. Essencialmente feminina, a postura selvagem também pode ser experimentada pelos praticantes homens, mesmo que a primeira vista pareça ser complicada de se chegar lá.

Para se construir a camatkarasana, após já ter realizado alguns outros ásanas como dhanurasana, vasisthasana e muitos adho mukha svanasana, a/o praticante comumente imerso nesta última, o cachorro que olha para baixo, vai transferir lentamente seu peso para a mão direita e para a parte exterior do pé direito, como se estivesse executando vasisthasana.

Tomando uma respiração, o quadril se eleva, a mão direita se mantém firme com os dedos pressionando o chão, enquanto o cotovelo direito aponta para trás. Ao expirar, o pé esquerdo também se move para trás e os artelhos são colocados ao chão ficando o joelho levemente dobrado.

Continuando, a/o praticante curva cuidadosamente a parte superior das costas, ao passo que as omoplatas consequentemente realizam uma ação arrebatadora em direção à parte de trás das costelas.

Mantendo a respiração tranquila, o quadril se eleva um pouco mais alto e uma backbend se evidencia, enquanto o pé direito permanece estável no chão. 


Por sua vez, a cabeça se pende para trás e com o peito aberto e o coração receptivo o braço esquerdo se estende graciosamente para o alto.

A permanência em camatkarasana, a postura selvagem, deve ser por cerca de 5 a 10 respirações, para logo depois ela ser realizada para o lado esquerdo.

Promovendo a abertura dos ombros, pulmões e peito, a postura selvagem também abre os flexores do quadril e a parte da frente das pernas, além de evidenciar a força na parte alta das costas e ombros.

Contribuindo para melhorar a circulação do sangue nos órgãos, essa postura também é indicada para diminuir o cansaço, bem como atenuar uma leve sensação de tristeza.

No entanto, a postura selvagem deve ser evitada por aqueles que têm a pressão alta, estão com dores de cabeça ou enxaqueca, não sendo aconselhável se o/a praticante estiver se recuperando de uma hérnia de disco ou de um ataque cardíaco.

Ainda, não se deve aventurar na wild thing, aqueles que facilmente sentem desconforto nos pulsos e nos ombros, num ásana cuja força e o peso do corpo neles se concentram.

E, estar com o pescoço dolorido também não será viável na manutenção da camatkarasana. No entanto, antes de realizá-la, se tudo estiver bem, o/a praticante deve verificar se há espaço suficiente a sua volta para que a “coisa selvagem” se desabroche.

Harih Om!

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