21 de maio de 2013

O CIÚME E A INVEJA NO YOGA



HUMBERTO MENEGHIN


Presente nos humanos desde que o mundo é mundo, o ciúme e a inveja parecem ser inevitáveis em qualquer meio onde se é querido e admirado. Algumas pessoas na Comunidade do Yoga chamam a atenção pelo talento, simpatia, influência, carisma, competência, liderança, determinação, beleza e sabedoria; e por terem essas características muito marcantes na personalidade são alvo do ciúme e da inveja dos que se sentem diminuídos com o destaque e o sucesso alheio.




O ciúme pode acontecer porque para a professora Fulana de Tal foram concedidas mais aulas no horário dito nobre, ou seja, no final da tarde e no começo da noite, e a outra professora que já estava há muito tempo ministrando aulas no espaço de Yoga e queria essas aulas para ela, permaneceu nos horários não tão importantes assim, onde há menos praticantes. E, além do mais, a professora Fulana de tal é mais jovem, esguia e bonita e ela que se sentiu rebaixada já passou dos quarenta e se acha mais gorda do que a Fulana de Tal. Então, o ciúme se fez presente nesta situação.

Outra situação de ciúme, por sua vez, pode ocorrer por parte do namorado da professora Fulana de Tal, que testemunhando o grande sucesso da namorada como professora de Yoga, sente ciúme, principalmente sabendo que na sala há praticantes homens que acham-na bonita e que nos horários noturnos quando costumavam estar juntos, agora ela não está mais disponível.




Se a professora Fulana de Tal realmente faz jus à posição que ocupa, tem competência e carisma, não só a beleza de uma Barbie produzida e a colega de Seara Yóguica se sentiu enciumada, paciência. Há um destaque da professora Fulana de Tal pelo seu próprio mérito e então a que teve ciúme deverá trabalhar-se para não se deixar abater por essa situação e reconhecer que é uma professora de Yoga tão boa quanto a que agora ocupa horários ditos nobres e que pode se melhorar ainda mais.

Já para o namorado, ele poderia se entusiasmar, praticar e se unir às aulas da professora namorada que sente ciúme ou pelo menos participar de algumas aulas para se fazer presente, sentir o ambiente e mostrar abertamente que a sua namorada tem um namorado.




Paralelo ao ciúme está a inveja. A inveja porque determinado professor ou professora tem muitos alunos particulares que pagam super bem; por a aula que ministra no Espaço onde está vinculado estar sempre lotada. E, a inveja se agrava mais se esse ou essa professora ministra workshops pelo Brasil a fora, é influente e popular, com muitos seguidores no FB.




Alguns outros nutrem inveja negra porque determinado professor foi para a Índia ou para os Estados Unidos, fez várias Formações com professores importantes e apareceu numa revista especializada seja num artigo que escreveu ou num ensaio fotográfico onde demonstra ásanas. Ou, porque ostenta uma tatuagem legal e ainda executa ásanas muito difíceis. E, além de ter dom para ministrar aulas, ainda canta e toca instrumentos musicais em kirtans e surfa como ninguém e mantém a persistência no estudo das escrituras, não demonstrando ser uma pessoa fútil.

Outros até invejam porque aquela professora finalmente abriu o próprio espaço para ministrar aulas de Yoga, tem um site popular na Internet, saiu na capa de uma revista e ainda gravou um dvd sobre Ashtanga Vinyasa Yoga que está vendendo como água.



Por incrível que pareça, não raro encontrar pela frente aquele que sabe que é excessivamente invejado e aprecia isso, achando que ninguém lhe é superior. Com o ego altamente inflado, este tipo, muito inseguro, sente inveja até mesmo de alguém inofensivo que lhe parece ameaçar a posição.

Decorrente da inveja surgem os comentários que o invejoso, ávido por encontrar um defeito ou deslize, faz sobre as qualidades ou as conquistas daquele que inveja; comentários destrutivos até sarcásticos, que na realidade só demonstra que se sente diminuído em relação à pessoa que chama mais atenção, denotando que no fundo gostaria de ser igual a ela; no entanto, não consegue devido ao comodismo ou por falta de recursos.

E, por não conseguir ser igual a quem inveja, quer destruir quem incomoda para que não exista parâmetro de comparação; e, alguns até buscam aliciar outros para compactuarem da sua opinião no sentido de se sentirem mais seguros.




É natural sentirmos uma ponta de inveja de alguém que na verdade admiramos. Pode ser a inveja branca, aquela que declaramos abertamente ou não a quem invejamos, que na verdade não vem acompanhada de uma energia ruim.

No entanto, o que não pode acontecer é deixar se dominar pelos sentimentos negativos e destrutivos que a inveja traz e muito menos se sentir diminuído por que o Fulano ou a Fulana conquistou algo que ainda não se tem ou tem uma aptidão passível de ser invejada. Pois até mesmo aquele ou aquela que é alvo constante da inveja alheia também sente inveja, no seu grau, porque é um ser humano em franca evolução.

Harih Om!

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