13 de abril de 2013

MINHA AMIGA PRATICA YOGA, EU TAMBÉM! – PARTE TREZE

HUMBERTO MENEGHIN


“Dona Walkiria pediu para você subir à sala dela
quando retornar do almoço. Bjs “.
Alice Walda

Era a mensagem que estava escrita no post it amarelo deixado na moldura da tela do meu monitor. Fiquei surpresa! O que essa mulher queria comigo a ponto de me chamar na sua sala assim de repente? O que poderia ser, se nós não nutrimos nenhuma simpatia uma com a outra? 




Tomei um gole de água, escovei os dentes e subi sem demora; mas, quando cheguei lá em cima me disseram para aguardar a chefa. Com isso os minutos se passaram, Walkiria estava me dando um chá de cadeira e somente após quarenta minutos foi que a porta da sala dela se abriu e a mulher pessoalmente pediu que entrasse, fechando a porta à chave. Ela se serviu do café numa xícara muito chique e por minha surpresa perguntou se gostaria de tomar um também. Respondi que sim e por meu espanto ela me serviu o café na outra xícara chique. E, como se lesse meu pensamento, disse que era louça inglesa. Após meio silêncio, Walkiria bebeu o café, soltou uma risada sem motivo algum e olhando bem no fundo dos meus olhos falou: “Quero que me faça um favor”.


Favor? Que favor eu poderia fazer para ela? E, Walkiria continuou: “Paulo Roberto começou hoje e vai trabalhar diretamente no departamento em que você está; fique de olho nele para mim. Conte-me tudo o que fizer, tudo mesmo. Você é uma moça boa, estamos em expansão e com certeza será recompensada quando surgir uma posição nova por aqui. É isso. Combinado?” Sem nenhuma escolha concordei e me mandando embora disse: “Perfeito. Agora vá, tenho muito que fazer e aposto que você também”.

Desci e logo que cheguei no lugar onde trabalho, notei uma pequena aglomeração de pessoas, todos rindo e tomando cafezinho. Paulo Roberto parecia estar fazendo as honras da casa, tendo como ouvintes Alice Walda, a Claudinha e mais três colegas.

Nem perceberam quando cheguei e fui diretamente para a minha estação de trabalho, enquanto a porta do banheiro se abria e de dentro surgia uma pessoa que fazia séculos que não via: a Neuzinha!

A última vez que tinha ouvido falar da Neuzinha, acho que foi há uns cinco anos, soube que ela tinha caído numa depressão muito braba e sumido de vez. E, por minha surpresa, hoje a encontro bem vestida, parecendo que acabou de sair do cabeleireiro, maquiada e falante. Nos beijamos e a Neuzinha disse que estava de passagem apenas para rever os amigos e que logo retornaria ao trabalho numa empresa de fabrico de embalagens plásticas. Então, disse uma coisa tão óbvia para mim que me fez até rir.

 A Neuzinha me disse: “Não quer fazer Yoga comigo? Me matriculei numa escola legal. Ontem fiz uma aula experimental e amei. O professor é ótimo”.




Coincidentemente ligando os pauzinhos soube que a Neuzinha estava praticando Yoga naquela mesma escola onde eu havia feito algumas aulas com a Claudinha. Então, informei-lhe que conhecia o lugar, o professor, que tinha praticado lá, parado e que não sabia se retornaria ao Yoga ou não.

Mais ainda, contei-lhe sobre a minha Mestra, Indianira Shanti Ma e a Neuzinha ficou super interessada em saber mais sobre ela quando a viu na tela do meu computador. Mostrei-lhe o livro “Sabedoria Expressa” de autoria da minha Mestra e a Neuzinha começou a folheá-lo. Então, notei a Claudinha se aproximar junto com o Paulo Roberto, pareciam íntimos. Ela me acenou a distância e subiu, enquanto o Paulo Roberto chegava até nós, agora sem o tablet nas mãos. Com um sorriso simpático, voz tranqüila e ao mesmo tempo marcante, ele me disse: “Preciso falar com você”.

Harih Om

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