1 de junho de 2011

CONDICIONAR-SE ATÉ QUE PONTO?



HUMBERTO MENEGHIN


Se você observar as baleias e golfinhos que se apresentam num show aquático, em um parque idealizado para esse fim, notará que foram definitivamente condicionados para aquele propósito. Pulam daqui, nadam dali, jogam água no público com a cauda, voltam até àquela que conduz o show para receberem o alimento e depois retornam alegres à apresentação.




Nós como seres humanos, podemos nos deixar condicionar como essas baleias e golfinhos que apresentam um número em um parque aquático, imbuídos por certos condicionamentos que até podem privar a nossa liberdade e limitar o nosso desenvolvimento como seres pensantes.

A propaganda, a mídia em geral, até as “redes sociais” que polulam pela internet tentam nos condicionar, algumas pessoas procuram nos condicionar, tudo a nossa volta, no dia a dia parece querer nos condicionar; mas, até que ponto devemos nos permitir a esses condicionamentos?

Alguns condicionamentos que se apresentam e que por nós são adotados são evidentemente prejudiciais; como por exemplo, aqueles que levam ao consumo de substâncias tóxicas e os que provocam comportamentos destoantes. Outros, no entanto, nos fazem bem; como a prática do Yoga na medida certa, a meditação, a caridade, o carinho e o apreço dispensado por uma pessoa querida.

No entanto, existem pessoas que se deixam levar como as baleias e golfinhos de um parque aquático, ansiosas para receberem uma boa recompensa, se fizerem aquilo que é esperado pelo “treinador(a)”.




A figura do(a) treinador(a) pode bem estar representada através de uma pessoa da família ou até mesmo por alguém que exerça certo tipo de poder sobre outrem e que bem sabe o momento exato em que a baleia e o golfinho precisam do peixe para fazer o que pretendem.

A vida nos apresenta muitas situações e nós só nos condicionamos porque nos permitimos e porque existem condicionadores, ou seja, pessoas ou coisas que estão aí para nos condicionar, nos prender numa determinada situação, podar a liberdade com a finalidade de obterem o que desejam.




No entanto, para os condicionamentos diuturnamente a nós impostos, tanto pelas pessoas a nossa volta, quanto pelas situações da vida, só nos resta, com sabedoria e discernimento, fazer a escolha certa em relação a tudo aquilo que nos é apresentado ou, então, nos deixar condicionar com consciência.


De nada adianta, você acordar todos os dias às sete da manhã por que o despertador tocou, se você realmente não acordar de verdade. Pode ser que nas manhãs seguintes, você não precise mais que o despertador te acorde ou até pode ser que você se levante às seis e meia ou mais tarde; libertando-se daquele relógio que sempre te prendeu por anos; entretanto, sempre continuará existindo aqueles que há anos permanecerão na mesma rotina, mergulhados nos mesmos afazeres, nos mesmos condicionamentos de sempre, sem qualquer perspectiva de mudança, sem qualquer luz no fim do túnel pra clarear-lhes a mente.


No Yoga, como todos nós já sabemos, moksha, além de significar libertação, significa ter o mumuksu presença de espírito em saber escolher, com consciência, aquilo que lhe é útil, isto é, separando o joio do trigo no que concerne àquilo ou aqueles que nos podam a liberdade para que a vida não se constitua apenas de uma série de condicionamentos a nós impostos, mas sim de liberdade plena na medida do possível.

Harih Om!

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